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quarta-feira, 30 de junho de 2010

De bruxa e de sapo todo mundo tem um pouco

Diz o ditado que cada um carrega a cruz do tamanho de sua força... que cada um tem sua sina, etc, etc...


Estava conversando com um amigo e ele disse-me que algo interessante sucedia com as mulheres que conhecia: logo no início apresentavam-se como princesas, verdadeiras musas, a mulher de seus sonhos; mas que a partir de um determinado ponto convertiam-se em verdadeiras bruxas, sem saber como nem por quê.

Um sorriso de canto de lábio iluminou minha face quando escutei isso... Ele não pode ver, pois estávamos ao telefone...

Caro amigo: sinto em informar-te que esse privilégio não é somente teu! E que desde o primeiro instante dividiste tua intimidade com uma pessoa absolutamente normal, cujo único defeito foi disfarçar-se, talvez sem intencionalidade, para ser vista aos teus olhos como uma princesa...

No jogo da sedução todos somos vítimas e culpados. O macho para mostrar-se atraente, expõe suas qualidades cantando aos quatro ventos suas conquistas, sejam elas materiais ou intelectuais. As fêmeas usam de armas e artimanhas há muito conhecidas: a beleza e a sedução... As mais inteligentes atraem pelas palavras e ideias (essas são para poucos...). E assim cada um vai tecendo suas estratégias para atingir o objetivo do acasalamento.

Essa natureza nem tão humana (instintiva), é muitas vezes incompreendida... Laços são desfeitos ao se perceber, após o período do encantamento, que a "coisa" não era bem assim: o Homem já não era tão Super e a Mulher havia deixado de ser a Maravilha não se sabe desde quando; e os dois pegam-se às voltas com gente de verdade, cheios de defeitos e limitações... Mágoas e o sentimento de que foram enganados, tudo isso pelo simples desejo de que “dê certo”...

No decorrer deste interlúdio amoroso, pequenos sinais são lançados pelos parceiros, como rastros para iluminar o caminho do outro. Porém, nos tornamos tão cegos pela perspectiva de que algo especial está surgindo, que não os percebemos... e assim, vamos levando uma relação baseada em projeções, em ideais que jamais se tornarão realidade.

Aos poucos as máscaras ou pequenos disfarces vão caindo por terra e o ser encantado vai perdendo a graça, ou tornando-se nem tão atraente. Saber conviver com os pequenos defeitos é algo possível e desejável. Viver ao lado do Super deve ser maravilhoso se for nos contos de fadas e nos folhetins; mas vivemos num século onde o Aladim não usa mais tapetes para voar, as princesas dançam rock, o sapo virou amuleto da sorte e se a Bela adormecer não vai conseguir nada além de sonhos e mau hálito
Então voltemos ao mundo dos mortais! A perfeição não existe e se existisse seria muito chata. O segredo está em descobrirmos o que o outro tem de bom e digerir suas imperfeições, esperando que o mesmo aconteça do outro lado. Conversar usando a mesma língua, criar objetivos em comum, saber falar e calar na hora certa, fazer dos sonhos a matéria prima para construir aos poucos uma identidade conjunta, vencendo as dificuldades, chorando, rindo, brincando....

Talvez o grande lance seja olhar o sapo e enxergar o príncipe que ele carrega dentro de si... Pois é muito mais divertido conviver com um dos três patetas (divertidos, humanos e possíveis) do que com um Super homem engomadinho metido dentro de ridículas cuecas vermelhas!

Cada um carrega dentro de si um tanto daquilo que achamos importante....Basta saber fazer aparecer!

Eda De Maman