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domingo, 9 de setembro de 2012

Beija-flor




Deparei-me , dia desses, com uma cena insólita: um pequeno beija-flor estava preso dentro de um supermercado.
Voava ele de um lado a outro, completamente perdido e apavorado...Estava à procura de uma saída para a rua, para seu habitat, para a vida...mas tudo o que conseguia fazer era machucar-se entre as prateleiras de um mundo que não era o seu. Em alguns momentos alçava seu vôo e parecia que iria encontrar a saída, mas na hora de encarar o vento que vinha da grande porta, voltava e novamente pousava , quase sem forças.
Fiquei durante muito tempo pensando na infelicidade do belo pássaro, e não pude deixar de fazer uma analogia com a vida.
Assim como este pequeno, quantas vezes não nos sentimos presos num mundo desconhecido?
Quantas vezes permitimos que pessoas nos machuquem com palavras duras, com atitudes frias ou por falta de afeto...tudo isso na insistência de um viver que não nos tem serventia e tampouco nos é essencial!
Tal qual o pássaro preso no frio supermercado, voamos em busca de saídas, de verdades, de objetivos de vida...mas nem sempre encontramos forças para tomar a decisão certa e encarar o vento frio do desconhecido...
Da mesma forma como o pássaro sentiu-se atraído para dentro um mundo sufocante, assim também somos atraídos por pessoas que após retirarem suas máscaras, mostram-se não merecedoras de nossa atenção e de nosso afeto .
Gosto de imaginar que sou um pequeno beija-flor , voando, buscando em cada pessoa seu néctar...
Assim como ele procura suas flores, busco eu em meus amores a doçura dos olhares, o aroma delicado dos beijos, a vibração das almas e a suavidade das texturas em forma de carinhos...
Algo me diz que é mais fácil ficarmos presos em nossos vôos do que os beija-flores nos deles...
Mesmo assim jamais devemos deixar de provar as flores, de espiar por trás das portas e nos arriscarmos em vôos pelo desconhecido...

Eda De Maman