Tempo

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E veio o outono
com suas folhas amareladas
e depois o inverno
gelando meu corpo quase até a morte
a a irônica primavera
que nada floriu dentro de mim...

Agora é chegado o tempo de verão
e a única lembrança que ele me traz
é a areia quente, infértil e monocromática
que escorrega pelos meus dedos
esvaindo-se feito o tempo que me é roubado pelas curas de meu coração tolo

Eda De Maman

Se for para falar de amor...

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Se for para falar de amor
fale-me baixinho
De modo que ao inclinar minha cabeça para ouvir-te
nossos cheiros se confundam...
E que o leve roçar de meus cabelos em tua face provoquem calafrios
E que o calor que exala de meu corpo te deixe perturbado
assim como haverei de perturbar-me com tua proximidade

E que nessa linguagem sem palavras
nossos olhos se percam juntos no infinito
e nossos lábios se unam
delicadamente
lentamente
deliciosamente
sofregamente
como deve ser o primeiro beijo apaixonado...

Se for para falar de amor
Fale-me baixinho...
Fale-me por entre taças de vinho
fale-me roçando teus dedos aos meus
fale-me tendo a lua como testemunha
fale-me com palavras ou silenciosamente
fale-me com olhares
fale-me com teu corpo inteiro
Fale-me bem baixinho,
pois tudo o que me faz atenta vem do teu sussurrar...

Eda De Maman